O exame laboratorial, chamado também de triagem
neonatal, detecta precocemente doenças metabólicas, genéticas e infecciosas,
que poderão causar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. Falemos
numa linguagem mais simples. Esse exame é popularmente conhecido como teste do
pezinho, pois a coleta do sangue é feita a partir de um furinho no calcanhar do
bebê.
As mamães geralmente ficam com o coração na mão
quando tem que levar seus bebês para o exame, pois estes normalmente choram.
Mas por que a picadinha no calcanhar? O que as
mães devem saber é que o calcanhar é uma região rica em vasos sanguíneos e a
coleta do sangue é feita rapidamente com um único furinho. O furo é quase
indolor, mas a dor ainda é uma sensação nova para o bebê e por isso choram.
Esse exame é realizado em grande parte nas
maternidades quando o bebê completa 48 horas de vida. Antes disso, o teste pode
sofrer influência do metabolismo da mãe. O exame também é feito em
laboratórios.
O ideal é que o teste seja feito até o sétimo dia
de vida. Basta apenas uma picada no calcanhar do bebê para retirar algumas
gotinhas de sangue que serão colhidas num papel filtro e levadas para serem
analisadas.
Prevenindo doenças graves - Para quem não sabe, o
teste do pezinho é obrigatório por lei em todo o Brasil e a simples atitude de
se realizar o exame faz com que doenças causadoras de seqüelas irreparáveis no
desenvolvimento mental e físico da criança sejam detectadas e tratadas mesmo
antes do aparecimento dos sintomas.
O diagnóstico precoce oferece condições de um
tratamento iniciado nas primeiras semanas de vida do bebê, evitando a
deficiência mental. A deficiência, uma vez presente no corpo, já não pode ser
curada.
Existem diferentes tipos de exames do pezinho. O
Sistema Único de Saúde (SUS) instituiu o Programa Nacional de Triagem Neonatal,
onde cobre a identificação de até quatro doenças (fenilcetonúria,
hipotireoidismo congênito, anemia falciforme e fibrose cística). Mas nem todos
os Estados brasileiros realizam os quatro testes.
O Programa Nacional de Triagem Neonatal prevê três
fases do teste do pezinho, em que os Estados devem se adequar. A primeira fase
detecta as doenças fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito. A segunda inclui
a anemia falciforme, e a terceira fase a fibrose cística.
Versão nova do teste - Hoje já existe uma versão
ampliada do teste do pezinho onde é possível identificar mais de 30 doenças
antes que seus sintomas se manifestem. Mas é ainda um recurso sofisticado e
bastante caro, não disponível na rede pública de saúde.
Mesmo assim, a versão ampliada do teste do pezinho
é subdividida. Geralmente, quanto maior o número de doenças detectadas, mais
caro é o exame. Existem ainda exames complementares que também podem ser
realizados com o sangue do papel filtro do teste do pezinho.
O exame do pezinho é essencial para o
desenvolvimento da saúde do seu bebê. Não esqueça que o exame convencional é
obrigatório e gratuito. Exija sempre seus direitos e faça com que sejam
cumpridos.
Dicas
Não esqueça de buscar o resultado. Qualquer
alteração no resultado, leve para o pediatra examinar.
Não se preocupe se tiver que repetir o exame. O
teste do pezinho exige repetição para esclarecer o primeiro resultado, quando
suspeito de normalidade ou quando o teste é realizado antes de 48 horas de
vida.
Um resultado normal, mesmo no teste ampliado, não
afasta a possibilidade de outras doenças neurológicas genéticas ou adquiridas.
O teste não diagnostica, por exemplo, a síndrome de Down.