quarta-feira, 8 de maio de 2013
O salto alto é o queridinho das
mulheres. Na rotina de trabalho,
eles mantêm a elegância e boa aparência, que
muitas vezes é exigida
na profissão. Porém, o uso constante e, por um longo
período, acaba
causando dores e desconfortos após o dia de expediente.
O uso
prolongado de salto alto pode trazer sérios problemas nas articulações
e na
postura. Já que muitas mulheres não conseguem desapegar deles,
a solução para
manter-se nas alturas com classe e saúde é compensar
com massagens e
exercícios.
Segundo o ortopedista do Hospital
Federal da Lagoa, vinculado ao
Ministério da Saúde, José Renato Queiroga, no
dia a dia
as mulheres devem optar por saltos menores.
“O salto alto no sapato
da mulher é apenas uma questão de moda.
O ideal é que o calçado feminino para o
uso diário no trabalho tivesse a altura
máxima de dois ou três centímetros, que
seria mais ou menos equivalente
ao sapato masculino. O salto alto, além de
fazer uma sobrecarga no joelho,
força o pé levando, em longo prazo, à metatarsalgia, que é a dor na parte
frontal dos pés”, alerta.
Além da dor, o uso de salto alto pode causar
pequenos traumas nas pernas
e nos pés. “O salto alto pode causar ainda uma
artrose pós-traumática por
conta de micro traumas nas articulações metatarsofalangeanas
do pé,
como os joanetes, e lesões por esforço”, explica
José Renato.
As mulheres acostumadas ao salto podem alegar que
sofrem desconforto se optar pelo uso de sapatilhas ou rasteiras. Mas, conforme
explica a educadora física do Programa de Melhoria da Qualidade de Vida
(CAS/CGESP/SAA/SE), Danyele Araújo, o que acontece é que o salto alto causa o
encurtamento dos tendões das pernas.
“Com o calcanhar em uma posição
não habitual, a mulher que usa esse tipo
de calçado acaba sofrendo uma
diminuição de sua flexibilidade na parte
posterior das pernas. Esse
encurtamento é tanto muscular quanto tendíneo.
As consequências são dores constantes ao andar descalço ou usar sapatos
sem salto”, afirma. Um sinal evidente do exagero no
uso do salto é a
dificuldade em manter o pé inteiro no chão ao se agachar e o
esforço
para manter o equilíbrio. “Geralmente quem tem esse encurtamento
do
tendão tem a execução do exercício de agachamento prejudicada,
pois tira o
calcanhar do chão e fica apoiado na parte frontal dos pés.
O peso do corpo fica
concentrado na ponta do pé, mais especificamente no antepé. Isso gera também
uma mudança no centro de gravidade, fazendo com que a mulher faça mais esforço
para se manter equilibrada”, alerta Danyele.
Alongar para prevenir - Após o dia de trabalho, pequenos exercícios e
massagens ajudam a mulher a aliviar as tensões nas pernas e pés, além
de fortalecer a região para minimizar os impactos do salto alto. “Ela pode usar
um pouco de gelo nos pés ou compressas geladas. O frio diminui a pressão
nessas áreas. A mulher pode ainda usar cremes hidratantes em massagens
e, se possível, fazer alongamento da musculatura posterior da coxa
e da panturrilha”, recomenda José Renato.
Danyele recomenda também à mulher que não consegue sair do salto a
compensar a sobrecarga com exercícios e alongamentos. “O ideal é priorizar
o alongamento. Antes ou depois de usar o sapato alto, dar uma alongada,
sentada na cama mesmo, e esticar bem as duas pernas. É preciso ter cuidado,
pois com o tempo o salto tende a piorar a postura. Já que não dá para deixar
de usar, é importante investir em exercícios e alongamentos”, finaliza