quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
A
preocupação exagerada com obesidade infantil tem estimulado algumas mulheres a
obrigarem seus filhos pequenos a restrições alimentares prejudiciais, de
nutrientes e calorias, por exemplo. Uma dieta inadequada, no entanto, pode
levar a deficiência de ferro, desequilíbrio hormonal e baixo crescimento.
O
fenômeno ainda é raro, mas está crescendo, de acordo com especialistas.
Pais
de dieta = bebês de dieta
Segundo
o pediatra, Mauro Fisberg, especialista em nutrição infantil, há dois perfis de
pais que submetem os bebês a dietas por conta própria:
- O
primeiro é aquele que é obeso e sofre de culpa. Assim, teme que o filho seja
gordo também;
- O
segundo é o ortoréxico, ou seja, que tem mania de alimentação saudável, e veta
carne e doces em favor de produtos light ou naturais.
Problemas:
As restrições podem levar a deficiência de ferro, por falta de carne,
desequilíbrio hormonal, por falta de gorduras, e a baixo crescimento,
hipoglicemia e alterações no metabolismo, por falta de carboidratos.
Obesidade
precisa de atenção
A
obesidade infantil está crescendo mundialmente, inclusive no Brasil. Dados do
IBGE mostram que um terço das crianças brasileiras de até cinco anos está acima
do peso. Essa proporção triplicou desde a década de 70.
Além
de danos psicológicos envolvidos, a obesidade pode desencadear doenças como
diabetes, doenças cardiovascular, lesões ortopédicas e musculares e problemas
de pele. É de fato um problema e precisa de tratamento. Porém, isso não
significa que o bebê deva ser colocado de dieta, como se fosse um adulto!
É
preciso atender as necessidades da criança e fornecer uma alimentação saudável,
fundamental para seu desenvolvimento. Por isso, antes de qualquer decisão, os
pais devem procurar ajuda e orientação de um profissional!
Quando
é diagnosticado excesso de peso ou obesidade, é necessário iniciar um programa
alimentar, sempre com o acompanhamento de um especialista. Primeiro, é preciso
cuidado ao diagnosticar a obesidade infantil. Depois, a preocupação deve ser
como abordar o assunto com a própria criança e sua família.
Vale
lembrar que a criança é um ser em formação, tanto em relação ao seu crescimento
e desenvolvimento, quanto ao seu lado emocional.
Fatores
de risco
Alguns
fatores podem influenciar o ganho de peso e o desenvolvimento de um quadro de
obesidade infantil. Eles estão relacionados com a alimentação e o estilo de
vida da criança.
A
interrupção precoce do aleitamento materno é um deles, aliado à introdução de
alimentos inadequados, como leite com açúcar ou achocolatado e sucos
artificiais. Outro fator é a convivência com os hábitos de pais gordinhos, que
acabam influenciando também na alimentação dos pequenos.
Segundo
especialistas, o excesso de peso entre os 8 e 18 meses também pode ajudar. Esse
é um período-chave na formação dos hábitos alimentares. Crescimento muito acima
do normal até os 2 anos, mesmo quando não acompanhado de obesidade, pode ser um
fator de risco.
Dicas
para prevenir a obesidade
-
Estenda o período de aleitamento materno ao máximo. Isso reduz o risco de
obesidade por vários anos consecutivos. O sabor do leite materno se modifica de
acordo com a alimentação da mãe e, por isso, a criança aprende a aceitar
diferentes gostos, inclusive de frutas, legumes e verduras;
-
Não force a criança a comer mais do que gostaria. Comer é um ato instintivo. A
criança sabe seu limite e não vai sentir fome;
-
Não ofereça doces como prêmio por um bom comportamento ou como um presente para
compensar sua ausência;
-
Incentive o hábito de comer frutas, legumes e verduras e a prática de
exercícios. A criança pode rolar, engatinhar e, depois, andar, correr e pular;
-
Dê o bom exemplo. Não adianta beber um copo de refrigerante e proibir a bebida
para a criança;
-
Acostume a criança a comer nas horas certas – seis refeições por dia – e
mantenha a rotina;
-
Ensine a noção de porções. Em vez de entregar um pacote inteiro de biscoitos à
criança, ofereça três unidades. Ela precisa perceber os limites.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Aprendendo a fazer o auto-exame da Hanseníase
-
Verifique em todas as partes do seu corpo se há caroços ou manchas claras ou
avermelhadas;
-
Caso haja, toque nessas manchas e verifique se está dormente ou se a
sensibilidade é diferente;
-
Veja ainda se há pelos nesta região;
-
Segure objetos de peso médio para checar se tem forças nas mãos;
-
Teste a força dos pés, subindo degraus.
Se
notar algum sinal da hanseníase em você ou nas pessoas com quem convive,
procure a Unidade de Saúde mais próxima de sua residência.
Lembre que os exames
e remédios são gratuitos.
É realmente necessário arrancar o dente do siso?
É só
falar em arrancar o dente do siso que alguém aparece – além de fazer o
trocadilho popular para “dente do juízo” – com uma história de dor e sofrimento.
Em algumas pessoas, esses relatos geram insegurança com o procedimento e medo
da recuperação. Como consequência o que se tem é um quadro bastante comum: a
maioria acaba adiando a extração do siso e só retorna ao consultório
odontológico quando o dente já causa problemas.
Na
linguagem dos dentistas, os dentes do siso são os terceiros molares e na
maioria das vezes têm indicação para extração.
Vamos entender por quê?
De
acordo com a Dra. Giselle de Azevedo Paridaens, especialista em reabilitação
oral e prótese dentária, os dentes do siso, em geral, não fazem falta, mas são
extremamente importantes nos casos de prótese fixa ou prótese parcial removível
quando há perda de outros dentes. Ela explica que diversos fatores podem
indicar a remoção: “As indicações são muitas, como: tumores, reabsorção
radicular do elemento dentário vizinho, presença de cáries extensas, mau
posicionamento que não permita sua erupção correta, indicação ortodôntica,
entre outras”, diz.
A
premissa para manter a saúde em dia é a prevenção, assim como neste caso, a
orientação é não esperar a dor para arrancar o dente. Então, como saber a hora
certa para isso? Resposta: somente um cirurgião dentista pode responder essa
pergunta e, por isso, é fundamental manter em dia as visitas com o
profissional.
Depois
dos 30 anos de idade, os dentes do siso estão “soldados” ou “grudados” no osso
dos maxilares. Por conta dessa intervenção tardia, a incidência de infecções
pós-operatórias é muito maior que nos adolescentes.
Pós-extração
Após
sentir incômodo para comer, dor e sangramento na gengiva, o analista de
sistemas, Itamar Zanfolin Soares, recebeu a recomendação para retirar os quatro
dentes do siso que estavam “mexendo nos outros dentes”.
Ele
relata como a extração, no seu caso, foi complicada “eu arranquei dois dentes
por vez e na primeira realmente foi mais traumático, tive que usar medicamente
para dor e comer bastante alimento gelado para evitar o sangramento. Já na
segunda foi mais tranquilo. Depois desse período, tudo voltou ao normal,
inclusive a alteração da arcada”, diz o analista.
§ Alguns sintomas podem acometer ou não
pacientes que tiveram a extração do siso:
edema (“inchaço”), dor, risco de
infecção, risco de parestesia do lábio ou língua (sensação de frio, calor,
formigamento, pressão ou queimação são alguns exemplos), hemorragia, fratura de
mandíbula, comunicação bucossinusal, fratura do ápice radicular, entre outros.
-
Em qual idade costuma nascer esses dentes? Podem ser extraídos em qualquer
idade?
Em
geral, entre 15 e 18 anos de idade, mas já tive casos da erupção ocorrer aos 60
anos de idade! O ideal para a remoção dos terceiros molares é quando já estão
com a coroa formada e uma parte da raiz
(antes do término de formação das raízes).
-
Há intervalos de dias para a extração de cada um dos 4 dentes? Se sim, por quê?
Indico
a exodontia dos 4 dentes simultaneamente, desde que o tempo cirúrgico e o
estado do paciente permitam (em média, 1h a 1h em média, para a exodontia dos
4). Caso haja necessidade de intervalos entre as exodontias, recomenda-se entre
10 e 15 dias (para cicatrização).
-
Quais as recomendações médicas antes e depois de extrair esses dentes?Cuidados
pós-operatórios: tomar a medicação prescrita, evitar esforço físico,
alimentação líquida ou pastosa, fria, não usar canudo, dormir com a
cabeça mais elevada, compressa fria, não fumar, não tomar sol etc. Cuidados
pré-operatórios: tomar medicação prescrita, alimentar-se normalmente e não
consumir bebidas alcoólicas.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
A “menopausa” masculina
Assim
como as mulheres, que sofrem com a redução da produção dos hormônios estrogênio
e progesterona a partir dos 50 anos, os homens precisam ficar atentos aos
sintomas da andropausa. O termo é uma analogia à menopausa feminina e designa a
queda do nível de testosterona no organismo masculino.
O
quadro, no entanto, é mais difícil de ser identificado e está longe de ser um
consenso entre os médicos. “Ainda há dúvidas sobre os reais efeitos da redução
de testosterona no organismo”, afirma o psiquiatra da Unidade Intermediária de
Crise e Apoio à Vida Alessandro Rodrigo Mendes Marques.
Diferentemente
do que ocorre com as mulheres, que têm o seu ciclo reprodutivo interrompido em
definitivo na menopausa, nos homens a produção de hormônios não para. “Apesar
de menos férteis, eles continuam capazes de ter filhos até cerca de 90 anos”,
explica o urologista Rogério de Fraga, do Hospital Marcelino Champagnat.
Outra
característica da andropausa é que a diminuição dos hormônios não
necessariamente altera a rotina do indivíduo – 15% deles sofrem os efeitos, a
partir dos 50 anos, índice que aumenta para 20% a partir dos 70.
SINAIS
LENTOS
Os
sintomas também não aparecem nem de repente, nem com grande intensidade, como
na menopausa. Pelo contrário, surgem paulatinamente, retardando a procura pelo
médico e, muitas vezes, confundindo o diagnóstico. Os mais comuns são a
diminuição da atividade sexual, cansaço, depressão, irritabilidade, insônia e,
em alguns casos, déficit de memória, osteoporose e fogachos, como ocorrem nas
mulheres em menopausa.
ANDROPAUSA
É o
termo que designa a redução da produção de testosterona. O termo vem do latim
(andro: homem e pausa: parada). Atinge a população masculina, em regra, a
partir dos 50 anos, mas estima-se que apenas 15% sofram com os seus efeitos,
índice que aumenta para 20% a partir dos 70 anos.
TESTOSTERONA
A
partir dos 50 anos – ou antes, caso surjam sintomas – é importante monitorar
sistematicamente a quantidade de testosterona. A medição é feita com um exame
simples de sangue. São tidas como baixas as taxas menores que 300 ng/dL
(nanogramas por decilitro). As especialidades indicadas para fazer o
diagnóstico são a urologia ou a endocrinologia. Todo homem deve ir ao
urologista pelo menos uma vez por ano a partir desta idade.
HOMENS
AINDA RESISTEM EM IR AO MÉDICO
Segundo
os especialistas, a busca por tratamento para a andropausa aumentou
consideravelmente nos últimos anos. “Os homens desta geração têm uma
preocupação maior com a saúde”, analisa Rogério de Fraga, do Hospital Marcelino
Champagnat. Além disso, a diminuição da testosterona pode afetar não apenas a
vitalidade sexual, mas também o comportamento, com redução da competitividade
no trabalho e em outras situações do dia a dia.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Nem toda tontura é labirintite!
A
primeira reação de uma pessoa que tem uma tontura costuma ser o famoso “sentar
cinco minutinhos para ver se passa”. Muitas vezes esta técnica funciona, porém
uma alteração do equilíbrio corporal pode indicar doenças mais graves, entre
elas a labirintite.
Definida
como uma inflamação no labirinto, estrutura interna do ouvido que auxilia na
audição e na orientação do corpo humano, a labirintite não é um mal que pode
ser curado pelo simples repouso momentâneo.
“Em
primeiro lugar, é preciso verificar a causa para saber se é realmente
labirintite”, aconselha o Dr. Gustavo Korn, otorrinolaringologista do Hospital
Israelita Albert Einstein. “Menos de 5% dos casos que recebo aqui são de
labirintite, então é importante conhecer melhor o problema para tomarmos o
devido cuidado”.
Quando
diagnosticados como uma labirintite, conforme afirma o especialista,
pouquíssimos casos da doença são incuráveis ou têm sintomas que não podem ser
controlados. “Muitas coisas influenciam nestes sintomas, como alimentos que têm
muito açúcar ou cafeína, o tabagismo e até o álcool. Por isso, o tratamento pode
ser feito com medicamentos e, raríssimas vezes, com cirurgia, mas
principalmente com a readequação dos hábitos”.
A
LABIRINTITE – COMO ELA SURGE
Causada
por uma bactéria, a labirintite por si só tem origem em outras doenças, como,
por exemplo, a otite média (inflamação do ouvido médio) ou a meningite
(inflamação das membranas do sistema nervoso central). Porém, além disso, seu
diagnóstico pode prever outros problemas.
“O
labirinto funciona como um sensor do organismo. Muitas vezes a doença pode indicar
dificuldades de origem metabólicas, hormonais, cardiovasculares e, em alguns
casos, até psicológicas. Por isso sempre atuamos em conjunto com outros médicos
e fazemos o tratamento juntos”, pontua o Dr. Gustavo.
Uma
das dificuldades do seu tratamento, entretanto, como explica o Dr. Gustavo, é
que muitas vezes as pessoas não procuram ajuda para a cura. “Tontura não é
normal. Pode acontecer em crianças, adultos ou idosos, sendo que, nestes
últimos casos, é ainda mais perigoso, já que qualquer tipo de queda pode levar
a problemas mais graves”.
Por
isso, é importante que seja feito o diagnóstico quando a desorientação começar
a aparecer com frequência. “É difícil as pessoas explicarem que estão doentes,
mas elas podem melhorar. E muitas vezes isso pode ajudar e muito na qualidade
de vida”, finaliza.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Câncer anal
Câncer anal é raro
O
câncer anal ocorre no canal e nas bordas externas do ânus. É diferente do tumor
colorretal, que atinge as regiões do cólon e reto, segmentos anteriores do
intestino grosso.
Segundo
o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tumor do canal anal é mais frequente
em mulheres, enquanto o que surge nas bordas ocorre mais em homens. A doença é
considerada rara, e representa de 2% a 4% de todos os tipos de câncer que
atingem o intestino grosso. A faixa etária mais predisposta é após os 50 anos,
mas adultos jovens têm manifestado bastante o problema nos últimos anos.
Casos no Brasil
Em
2010, o Inca registrou 274 mortes por câncer de ânus no Brasil – 176 mulheres e
98 homens. Infecções por HPV, HIV e outras DSTs – como gonorreia, herpes
genital, clamídia e condilomatose – estão ligadas ao tumor anal. Fazer sexo sem
camisinha, ter feridas no ânus, altos níveis de estresse, fazer uso crônico de
corticoides (que baixam a imunidade) e fumar também contribuem para a doença.
Diagnóstico e tratamento
O
diagnóstico é feito com um toque retal e um esfregaço que usa uma escovinha
semelhante à do papanicolau no colo do útero.
O
tratamento é por rádio e quimioterapia, e eventualmente cirurgia. As chances de
cura são grandes quando a doença é detectada em estágio inicial.
Futuro da vacina HPV
A
vacina de HPV pode, no futuro, também ser indicada contra câncer de boca e
garganta, outros tipos ligados a esse vírus. Vale ressaltar que a vacina
protege apenas contra as quatro cepas principais, o que não evita que haja
infecção ou alguma doença pelas outras mais de cem variações de HPV.
“A
grande maioria da população sexualmente ativa já teve contato com esse vírus.
Com o decorrer dos anos, o próprio sistema imune do organismo protege contra o
HPV. Mas quem tem deficiências imunológicas fica mais vulnerável”, afirmou
Fabio Atui, cirurgião do aparelho digestivo do ambulatório de proctologia e
DST/Aids do Hospital das Clínicas (HC) da USP, em entrevista ao G1.
Prevenção sempre
Como formas de
prevenção, é indicado fazer sexo anal sempre com preservativo, pois há
bactérias no intestino e microfissuras no ânus que podem facilitar uma
infecção. O Inca também recomenda manter uma dieta balanceada, com pelo menos
cinco porções diárias (400 g) de frutas, legumes e verduras, além de pouca
gordura. Além disso, exercícios físicos regulares reduzem o risco de câncer em
geral.